Sinto raiva da minha mãe, mas ao mesmo tempo me culpo por sentir isso.

Tenho raiva da minha mãe, mas me sinto culpada por isso

“Sinto raiva da minha mãe, mas ao mesmo tempo me culpo por sentir isso.”
Essa é uma frase que escuto com frequência nos atendimentos e também algo que, muitas vezes, já sentimos em silêncio, carregando dentro do peito um conflito que parece sem saída.

A relação com a mãe é uma das mais profundas e complexas da nossa vida. Ela é a primeira porta de entrada para o mundo. É com ela que aprendemos, mesmo sem palavras, sobre amor, afeto, presença… ou ausência. Quando essa conexão vem com dor, distância, controle, rejeição ou abandono, o coração da mulher adulta carrega marcas que muitas vezes ela nem sabe nomear — mas que aparecem nos relacionamentos, na forma como se cobra, se abandona ou se silencia.

Raiva e culpa: um movimento travado

A raiva que sentimos da mãe muitas vezes vem da dor de não termos sido vistas, acolhidas ou amadas da maneira como esperávamos ou precisávamos. Às vezes é pela comparação com outras mães, às vezes por episódios concretos de abuso, autoritarismo ou ausência. Em outras, é uma dor mais sutil: uma sensação de que nunca fomos boas o suficiente para ela.

E quando essa raiva aparece, logo vem a culpa:

“Como posso sentir isso de quem me deu a vida?”
“Se eu contar para alguém, vão achar que sou ingrata ou má filha.”
“Ela fez o melhor que pôde, então por que isso ainda me dói?”

Esses pensamentos te prendem em um ciclo de autojulgamento. A raiva vira culpa. A culpa vira mais dor. E a mulher segue tentando ser forte, certa, racional… mas se desconecta de si mesma. Fica presa no lugar da eterna filha, buscando hoje suprir essa dor em outras relações, através da busca por reconhecimento, valorização e apoio.

O que a constelação familiar nos mostra

Na constelação, não buscamos culpados — buscamos ordem, pertencimento e reconexão com o fluxo da vida.
A raiva da mãe não precisa ser negada ou julgada. Ela pode ser reconhecida como parte do seu caminho de cura. É olhando para essa emoção com respeito que você começa a se libertar.

A constelação revela que, muitas vezes, você está presa em uma lealdade invisível à dor da sua mãe, ou até mesmo da sua avó. Pode estar tentando ser melhor que ela, diferente dela, ou tentando reparar o que faltou para ela — e tudo isso te prende num lugar de filha ferida e exausta. Pois você vive em função dessa dor sem nem perceber com clareza.

Quando você reconhece a história da sua mãe como dela — com as dores, limites, escolhas e silêncios que ela carrega — e decide honrar a vida que veio por meio dela, algo se transforma.
Você começa a ocupar o seu lugar como filha, e isso te libera para viver como mulher. Enquanto a filha não consegue olhar para a mulher por trás da mãe, ela continua a alimentar a cobrança e o autojulgamento – nem toda mulher está preparada para essa frase.

Um convite à reconciliação interior

Essa raiva não te faz má. Ela te mostra um nó emocional que está pedindo por cuidado, por verdade, por voz.
Você não precisa amar a sua mãe do jeito idealizado. Pode começar por aceitar que houve falhas, e que mesmo assim, a vida chegou até você.

Esse é o convite que a constelação sistêmica familiar faz: sair do lugar de julgamento ou negação e entrar no lugar da aceitação consciente. Isso não é passividade. É maturidade emocional. E já existe força quando você olha para o real, para o que foi possível.
É dizer: “Minha mãe é como é. Eu sou como sou. E a partir daqui, posso escolher um novo caminho.”

Se essa dor é sua, eu posso te acompanhar

Se você sente que essa ferida com sua mãe te afasta de quem você é, dos seus sonhos ou da sua leveza, saiba que existe um caminho possível.
No meu trabalho com constelação familiar e acompanhamento terapêutico, ajudo mulheres como você a dar voz à sua história sem se aprisionar nela.

A vida quer fluir através de você. Mas para isso, é preciso deixar a raiva encontrar um lugar de paz — não pelo esquecimento, mas pelo reconhecimento.

💌 Me escreva, se esse texto falou com você.
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2 comentários em “Sinto raiva da minha mãe, mas ao mesmo tempo me culpo por sentir isso.”

  1. Angela Colares Borges

    Sim seu texto falou comigo. Parte de minha existência tentei ser o oposto dela nos aspectos que eu julgava inadequados para uma mulher adulta. Fiz uma primeira constelação com oLaré e percebi muita raiva travestida de tristeza( era sempre julgada e criticada quando expressei raiva na infância pois isso era julgado pouco feminino numa epoca em que meninas e meninos eram criados em mundos diferentes).
    Sinto que apesar de caminhado bastante no reconhecimento de que ela é ela e eu sou eu, ainda há algo intangível me prendendo a história dela.

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